Orquídeas

Essas plantas floridas tão apreciadas e delicadas que chamamos orquídeas, são vegetais com um grande número de híbridos, e que fazem parte de uma das maiores famílias botânicas existentes na terra – isto é, senão a maior. Estão espalhadas por toda a terra, todos os continentes – exceto a Antártida, obviamente – , em habitats bem diferenciados, predominando, entretanto, em ambientes tropicais… Existem espécies, por exemplo, em locais tão diferentes entre si quanto Madagascar e Canadá, Nova Zelândia e Groênlandia, Alemanha e Colômbia, México e Vietnã. Independente da quantidade de tipos de orquídeas existentes, no entanto, sempre permanecerão como raras em beleza.

Suas formas, padrões de cores e tamanhos são extremamente variados, sendo bem lembradas pelos formatos inusitados que apresentam. Dentre as plantas mais utilizadas de forma ornamental, estão as de pétalas maiores e com cores intensas (amarelo, laranja, lilás, azul, rosa, roxo…) mescladas com alguma tonalidade mais escura ou manchas, pontos mais escuros (como preto, marrom, bordô, roxo escuro, etc); também são muito utilizadas as orquídeas brancas ou mais claras, com detalhes vibrantes no centro da flor; ou as orquídeas com listras, e ainda as orquídeas com combinações de duas ou mais cores chamativas…

Entretanto, há ainda milhares de outras espécies dessa planta que são pouco conhecidas e que não possuem uso ornamental, por serem de dimensões reduzidas, possuirem flores pequenas e delicadas (algumas minúsculas) e folhagens pouco atrativas, comercialmente falando. Essas, aliás, são a maioria das espécies. Verdadeiros caprichos da natureza, que não ganham destaque em floriculturas e orquidários mas sempre serão admiradas por botânicos, adeptos da macrofotografia e, claro, simples amantes da natureza.

E uma curiosidade: a famosa baunilha, doce e especiaria aromática, é obtida através de um tipo de orquídea nativa do México, o gênero Vanilla. Foi extraída dessa maneira durante muito tempo, entretanto, agora vem sendo substituída por um composto obtido artificialmente que é muito mais barato em termos de custos para as indústrias.

Para encontrar bons exemplares de orquídeas, locais privilegiados são ilhas, matas tropicais com pouca interferência humana e – veja só – montanhas. Sim, locais elevados como Monte Verde! Estes são lugares de destaque pois, muitas vezes, as altas cadeias montanhosas e os locais cercados de água servem de barreiras naturais para a dispersão de sementes, o que favorece o aparecimento de espécies que podem ser vistas apenas em determinado lugar, algumas até endêmicas (que ocorrem em uma única região no planeta).

Um mito muito comum sobre essas plantas é que são parasitas, se aproveitando dos nutrientes das plantas em que se fixam, enquanto que, na verdade, sequer existem orquídeas parasistas, em geral são epífitas (se apoiam em árvores em busca de mais luz e ventilação). Estas se alimentam de matéria em decomposição que fica presa em suas raízes. Há, é claro, ainda sim, diversas espécies que se fixam diretamente no solo, as quais são naturais de campos abertos ou matas menos densas.

Nas raízes das epífitas, é comum um fungo chamado micorriza, que decompõe a matéria orgânica ao redor para a planta e facilita a sua absorção por ela. Além disso também é comum uma estrutura esponjosa, capaz de absorver água da chuva e da umidade do ar, denominada velame.

Apresentam pseudobulbos (epífitas) ou tubérculos (terrestres), que são partes arredondadas do caule, mais na base dele, junto das raízes. Nas epífitas, essas estruturas meio bizarras ficam expostas, enquanto nas terrestres, ficam abaixo da terra. Ambas têm a função de armazenar água e nutrientes, úteis no inverno ou em períodos secos.

Em Monte Verde é possível achar orquídeas nas trilhas que sobem as montanhas e em propriedades cercadas de mata conservada. Dê atenção aos detalhes da natureza, capriche nas fotos! Apenas respeite os locais que visitar e ajude a preservar as espécies nativas, não retire plantas para “levar para casa”.